O mês de maio é tradicionalmente dedicado à devoção à Virgem Maria. Essa prática remonta há séculos e continua sendo muito valorizada pelos fiéis até os dias de hoje. Nele, os fiéis são convidados a intensificar sua devoção e oração à Mãe de Deus, buscando encontrar em Maria o caminho que leva a Cristo, seu Filho.
A devoção mariana é uma expressão do amor e da confiança que os cristãos nutrem pela Mãe de Jesus. O Papa João Paulo II, em sua peregrinação ao Brasil, exortava os cristãos a rezarem com fervor o Rosário, “uma oração simples e repetitiva, mas muito proveitosa para nos introduzir nos mistérios de Cristo e de sua e nossa Mãe”.
Desse modo, esta devoção não é um amor abstrato, mas um amor encarnado. Ela nos leva a Cristo, pois “a pessoa que encontra Maria não pode deixar de encontrar também Cristo”. Ao nos voltarmos para a Virgem, buscamos o Salvador em seus braços, encontrando nela um refúgio de salvação e uma fonte transcendente de vida.
Maria não foi apenas um instrumento inerte nas mãos de Deus; ao contrário, ela colaborou ativamente na salvação da humanidade, demonstrando uma fé genuína e obedecendo completamente. Essa colaboração não subtrai nem acrescenta nada à ação única de Jesus Cristo, o único mediador entre Deus e os seres humanos. Maria nos guia pelos caminhos da salvação, todos eles convergindo em seu Filho, Cristo, e em sua obra redentora.
A Virgem Mãe de Deus nos conduz a Cristo, conforme expresso de forma precisa pelo Concílio Vaticano II: “A função de Maria como mãe dos homens não obscurece nem diminui de forma alguma a mediação única de Cristo, mas sim demonstra o seu poder (…). Não impede de modo algum a união direta dos fiéis com Cristo, mas, ao contrário, a promove.” (LG 60)[1].
Assim, a devoção mariana é uma fonte de vida cristã profunda, que inspira um compromisso genuíno com Deus e para com os outros irmãos. Permanecer na escola de Maria, ouvir sua voz e seguir seu exemplo são convites para uma vida espiritual mais plena.
Que a devoção à Virgem Maria, tão cara à piedade popular, não se torne tíbia, mas que seja um amor vivo e encarnado, e que nos conduza sempre mais a Cristo, nosso Salvador.
Nossa Senhora de Fátima, rogai por nós!
João Gabriel de Souza
[1] Constituição dogmática Lumen Gentium sobre a Igreja.