A Virtude Teologal da Caridade: o amor que nos torna semelhantes a Deus. Por Seminarista Frederico

Entre as três virtudes teologais — fé, esperança e caridade — a maior delas é a caridade (cf. 1Cor 13,13). Essa afirmação de São Paulo nos lembra que o centro da vida cristã é o amor: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo por amor de Deus.

O padre. Francisco Faus explica que a caridade não é apenas um “sentimento” ou uma “boa intenção”, mas um dom infundido por Deus no coração do cristão pelo Espírito Santo, que nos capacita a amar como Cristo amou. Ele escreve: “A caridade é a vida de Deus em nós, é a graça que nos faz participar do próprio amor com que o Pai, o Filho e o Espírito Santo se amam.”

A caridade é a virtude teologal que nos une diretamente a Deus. Pela fé, acreditamos; pela esperança, confiamos; mas é pela caridade que amamos a Deus por Ele mesmo. É esse amor que dá sentido e vida a todas as outras virtudes. Sem a caridade, mesmo a fé e a esperança perdem a sua força transformadora.

A caridade é a alma de toda a vida moral cristã, pois é ela que move e orienta todas as nossas ações. Amar a Deus significa buscá-lo em tudo, fazer a sua vontade, entregar-se a Ele com generosidade. Amar o próximo significa vê-lo com os olhos de Cristo, reconhecendo nele um irmão.

Características da caridade

  1. Amor a Deus sobre todas as coisas: A caridade coloca Deus em primeiro lugar em nossas escolhas, desejos e afetos.
  2. Amor ao próximo por amor de Deus: Não amamos o outro por interesse ou conveniência, mas porque Deus o ama.
  3. Amor sacrificial: A caridade se expressa no doar-se, no servir, no perdoar, no oferecer a vida pelos irmãos, como Cristo fez.
  4. Amor que cresce: A caridade não é estática. Quanto mais buscamos a Deus e o encontramos nos sacramentos, na oração e no serviço, mais ela se fortalece.

Caridade no dia a dia

Viver a caridade não é algo distante ou abstrato. É algo muito concreto que se manifesta:

  • na oração: colocando Deus no centro da vida;
  • no perdão: superando mágoas e ressentimentos;
  • na generosidade: ajudando quem precisa, mesmo em coisas pequenas;
  • na fraternidade: tratando cada pessoa com respeito e delicadeza;
  • na evangelização: partilhando a fé, que é o maior bem que possuímos.

A caridade é a única virtude que permanece para sempre: “Na eternidade, a fé terá cessado, porque veremos a Deus face a face; a esperança terá se cumprido, porque possuiremos plenamente a Deus; mas a caridade não terá fim, porque o amor é eterno.” (Pe. Faus)

Assim, somos convidados a cultivar essa virtude em nossa vida cotidiana, sabendo que ela nos torna verdadeiros discípulos de Jesus, porque “Nisto reconhecerão que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros” (Jo 13,35).

No Coração de Jesus e Maria,

Frederico Coqueiro Dias

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