Ao refletir sobre o milagre da multiplicação dos pães, na oração do Angelus deste domingo, 31, o Papa Bento XVI disse que nesta passagem bíblica, Jesus Cristo “oferece um exemplo eloquente de Sua paixão para com a humanidade”. “O milagre consiste na divisão fraterna de poucos pães que, confiados a potência de Deus, não só alimentaram a todos, como sobraram, até a encheram doze cestos. O Senhor chama os discípulos para distribuir o pão para a multidão; dessa forma ensina-los e prepara-los para futura missão apostólica: deverão de fato levar a todos o alimento da Palavra de vida e dos Sacramentos”, explica o Papa. Neste sinal miraculoso, elucida o Pontífice, se entrelaçam a encarnação de Deus e Sua obra da redenção. “Jesus, de fato, sai da barca para encontrar-se com os homens”. O Evangelho deste domingo, fez o Santo Padre lembrar da situação de “tantos irmãos e irmãs que nestes dias, na Somália [África], sofrem as dramáticas consequências da carência, agravadas pela guerra e pela falta de instituições sólidas”. “Cristo está atento à necessidade material, mas quer dar algo mais, porque o homem está sempre afamado de algo mais, tem necessidade de mais alguma coisa”, disse o Santo Padre sitando uma passagem de seu livro Jesus de Nazaré. No pão de Cristo, destaca Bento XVI, está presente o amor de Deus e no encontro com Ele “alimentamo-nos, por assim dizer, do próprio Deus vivo, comemos verdadeiramente o Pão do Céu”. O Santo Padre salientou que na Eucaristia, Jesus faz de cada um testemunha da compaixão de Deus para seus irmão e irmã. “Nasce assim, à volta do Mistério Eucarístico, o serviço da caridade para com o próximo”, afirma. Como exemplo deste testemunho, o pontífice citou Santo Inácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus, ao qual a Igreja faz memória neste domingo, 31. “Inácio, de fato, escolheu viver procurando Deus em todas as coisas, amando-o em todas as criaturas”, disse o Papa. Assim, o Santo Padre pediu aos fiéis que confiem à Virgem Maria suas orações, para que seus corações sejam abertos à compaixão para com o próximo e para a partilha fraterna.