“Os Santos, apesar de serem poucos, mudam o mundo”, afirmou o Papa Bento XVI na Missa celebrada neste sábado, 24, na Praça da Catedral de Erfurt, antiga República Democrática da Alemanha. Cerca de 50 mil fiéis estiveram presentes.
Na homilia, o Santo Padre recordou que nessa região as pessoas tiveram que “suportar” a ditadura do nazismo e do comunismo, cujo efeito sobre a fé foi parecido com uma “chuva ácida”, e causou o afastamento de muitas pessoas que hoje vivem “longe da fé em Cristo e da comunhão da Igreja”. Mas houve os católicos que suportaram essa realidade de opressão para permacerem fiéis à sua fé.
Após essas ditaduras, surgiu uma nova liberdade que ajudou a dar vida aos homens, uma dignidade maior e abrir novas perspectivas. Mas, questionou Bento XVI, “essas possibilidades trouxeram também um crescimento na fé? Não será talvez preciso procurar as raízes profundas da fé e da vida cristã noutra realidade bem diversa da liberdade social?”
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Em resposta, o Santo Padre ressaltou o exemplo de santos alemães que, com seu testemunho de fé, ainda hoje, nos dão “coragem para um novo despertar”. E recordou os santos padroeiros da diocese de Erfurt: Isabel da Turíngia, Bonifácio e Kilian.
“Isabel veio de um país estrangeiro, da Hungria, para Wartburg na Turíngia. Levou um vida de intensa oração, associada com a penitência e a pobreza evangélica. Regularmente, descia do seu castelo até à cidade de Eisenach para lá cuidar pessoalmente dos pobres e dos doentes. Foi breve a sua vida nesta terra – chegou apenas à idade de 24 anos –, mas o fruto da sua santidade foi imenso. Santa Isabel goza de grande estima também entre os cristãos evangélicos; pode ajudar-nos a todos a descobrir a plenitude da fé transmitida e a traduzi-la na nossa vida diária”, exemplificou.
São Bonifácio fundou a diocese de Erfurt, em 742. Era um bispo missionário vindo da Inglaterra e morreu mártir. É venerado como o “Apóstolo da Alemanha”.
E São Kilian foi um missionário vindo da Irlanda. Também foi martirizado, juntamente com dois companheiros, na cidade de Würzburg, porque criticara o comportamento moralmente transviado do duque da Turíngia, lá residente.
Bento XVI afirmou que os santos nos mostram que é possível e bom viver, radicalmente, o relacionamento com Deus, colocando-o em primeiro lugar nas nossas vidas. “As figuras dos Santos… mostram-nos a grande fecundidade de uma vida santa, deste amor radical a Deus e ao próximo”, disse.
O Santo Padre destacou que se “nos abrirmos à fé integral” ao longo de toda a história e nos seus testemunhos em toda a Igreja, “então a fé católica tem um futuro, mesmo como força pública na Alemanha” e incentivou os fiéis, a exemplo dos santos, a tornar visiível o testemunho de Cristo no mundo em que vivemos.
Após a Missa, Bento XVI se dirigiu à cidade de Friburgo, no sudoeste da Alemanha. Pela primeira vez, o local recebe um Papa.
FOnte: TV CN