Queridos irmãos e irmãs,

 

Nesta noite santa em que todos nós cristãos celebramos a vitória de Cristo Ressuscitado, quero colocar em oração uma grande preocupação da Igreja que é justamente sobre o “verdadeiro sentido da Páscoa”. Ou seja, o Homem atual, em seus muitos ofícios, tem perdido o profundo significado da festa da Páscoa. Até porque, a versão secular desta data é apenas comercial e não religiosa.

A Páscoa para nós que cremos expressa libertação. Pois, ela surge como a festa que marcava o fim da opressão escravizadora do Faraó sobre o povo hebreu. Ressaltando a profecia a Abraão que revelava que seus descendentes ficariam sob o domínio de uma terra estranha por 400 anos, mas que depois eles seriam libertados e sairiam com grande riqueza (Gn 15, 13,14). E isto de fato ocorreu, mas não antes que esta festa fosse celebrada. Poderíamos nos ater há um pequeno detalhe, se esta festa era a festa da libertação, porque então ela foi celebrada antes da libertação propriamente dita?

Simplesmente porque Deus, na sua grande sabedoria, quis ensinar que o sacrifício expiatório, a fé e a nossa obediência antecedem a plena libertação, afinal, Israel não estava sendo liberto apenas do Faraó, mas também do Anjo Destruidor. Neste sentido, a Páscoa devia ser festejada por nós com profunda veneração, afinal, Cristo foi, é, e sempre será a nossa Páscoa. Sua vida foi posta como cordeiro que sendo morto derramou seu sangue em favor de muitos. A nossa libertação espiritual plena foi conquistada por Cristo, a nossa Páscoa. Lembremo-nos que João Batista o chamou de “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1, 29). O Apóstolo Paulo disse que Ele é a nossa páscoa (1Cor 5,7), e Ele mesmo assegurou a libertação a todos quantos crerem n’Ele (Jo 8, 32-36 e Mt 11, 28).

Amados irmãos e irmãs, aceitar o sacrifício de Jesus feito por nós como diz as Escrituras, é comer da páscoa, e estar no caminho da libertação espiritual. Nunca nos esquecemos também que a Páscoa expressa também a salvação da família. Pois, ela nos desperta para o fato de que a obra de Jesus foi suficiente para conferir libertação também a nossa família. O Senhor nesta ocasião quer abrir-lhe os olhos para a obrigação que você, pai e mãe, têm diante d’Ele para com sua família. E, por fim, a Páscoa tem profundo sentido para o cristão por conceber a obra de Cristo para a nossa redenção.

Nesta noite santa estou, mais uma vez, unido convosco, por meio de uma oração particularmente intensa. Partilho o vosso desejo de paz e saúde. Anseie o Senhor ouvir a nossa súplica! E que do altar do Santo e único sacrifício, ressoe uma vez mais, com renovado vigor, o anúncio que vibra as nossas almas: “O Senhor ressuscitou. Aleluia! Aleluia!”

Feliz Páscoa!

Com a minha benção,

Dom Osvaldo Giuntini

Bispo Diocesano de Marília

 

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