Há exatamente 5 anos atrás o Papa Bento XVI elevava aos altares o primeiro santo nascido no Brasil, o religioso franciscano Antônio de Sant’Ana Galvão, mais conhecido como Frei Galvão. Frei Galvão ficou conhecido pelas “pílulas” que distribuía aos doentes e é tido como um exemplo no cuidado dos mais necessitados e dos enfermos.
Segundo informou a Arquidiocese de São Paulo, amanhã, 12, o cardeal arceispo de São Paulo Dom Odilo Pedro Scherer, presidirá uma missa em ação de graças pela canonização de frei Galvão, às 7h no Mosteiro da Luz (Avenida Tiradentes, 676).
Sua canonização se deu no marco da visita de cinco dias do Santo Padre ao Brasil para inaugurar a V Conferência Geral do Episcopado Latino-americano em Aparecida, na ocasião mais de 1 milhão e 200 mil fiéis participaram da celebração, que foi realizada no Campo de Marte, zona norte da capital paulista.
“Exultação” alegria e “fervorosa” devoção marcaram a missa que colocou no livro dos santos o nome do frade que viveu no Brasil entre os séculos XVIII e XIX. A imagem mais conhecida do religioso em hábito franciscano estava estampada no altar.
Frei Galvão passava a ser Santo Antônio de Sant’ana Galvão. Segundo recorda ainda a nota da Arquidiocese de S. Paulo, ele recebeu o nome do seu pai ao nascer e era o quarto de dez filhos. Sua mãe, Isabel, era descendente de bandeirantes. Quando criança estudou no colégio dos jesuítas na Bahia, mas seguindo o conselho do seu pai ingressou na Ordem dos Franciscanos, acrescentando ao seu nome de batismo o nome de Sant’Ana, a mãe da Virgem Maria.
O dia da memória litúrgica do primeiro santo nascido no país foi confirmado para 25 de outubro, em homenagem à beatificação, feita em 1998 por João Paulo II. Ao contrário da condição de beato, em que se permite apenas o culto público local, na mais elevada “honra dos altares” Santo Antônio de Sant’Ana Galvão pode ser venerado no mundo inteiro. O papa estabeleceu o novo “status religioso” ao ler a fórmula de canonização.
“Em honra da Santíssima Trindade, para exaltação da fé católica e o crescimento davida cristã, pela autoridade de nosso Senhor Jesus Cristo, dos Santos apóstolos Pedro e Paulo e nossa, depois de refletido longamente, invocado o auxílio divino muitas vezes, ouvido o parecer de muito dos nossos irmãos no episcopado, declaramos e definimos como Santo o beato Antônio de Sant’Ana Galvão, e o inscrevemos na lista dos Santos e estabelecemos que em toda a Igreja, ele seja devotamente honrado entre os santos. Em nome do Pai do Filho e do Espírito Santo”, proclamou o pontífice diante de mais de um milhão de brasileiros que se alegraram por contar com um conterrâneo seu entre os santos da Igreja.
Nascido em 1739, Frei Galvão morreu em 1822, aos 83 anos, no mosteiro que edificou, em São Paulo, onde viveu por seis décadas.
“Os católicos paulistanos e o povo brasileiro sentem-se hoje muitos felizes e agradecidos porque Vossa Santidade acolheu favoravelmente o pedido do episcopado brasileiro, em particular da Arquidiocese de São Paulo, de canonizar aqui mesmo o beato Frei Galvão, disse o Arcebispo Dom Odilo Scherer na celebração a céu aberto com o Santo Padre. As canonizações ocorrem no vaticano, mas o Papa decidiu realizar a cerimônia no Brasil como homenagem aos católicos do país.
Abaixo publicamos também a Oração a Frei Galvão disponível no site do mosteiro da Luz (http://saofreigalvao.com.br/oracaosaofreigalvao.html):
Deus, Pai de misericórdia,
que fizestes do Santo Antônio de Sant´Anna Galvão
um instrumento de caridade e de paz no meio dos irmãos,
concedei-nos, por sua intercessão, favorecer sempre a verdadeira concórdia.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Amém !