Estamos nos aproximando da Semana Maior de nossa fé, que é o centro do ano litúrgico: revivemos, nesses dias, os momentos decisivos de nossa redenção. A Igreja nos conduz pela mão, com a sua sabedoria e a sua criatividade do Domingo de Ramos até a Cruz e a Ressurreição.
Toda a história da salvação gira ao redor destes dias santos, que passaram despercebidos para a maior parte dos homens, e que agora a Igreja celebra “do nascer ao pôr do sol”. Todo o ano litúrgico, resumo da história de Deus com os homens, surge da memória que a Igreja conserva da hora de Jesus: quando, “tendo amado aos seus que estavam no mundo, amou-os até o fim” (Jo 13, 1).
Santo Afonso Maria de Ligório, em seu livro “A Prática do Amor a Jesus Cristo”, afirma que Nosso Senhor expressou seu amor ao entregar-se voluntariamente às dores, as à ignomínia e à morte mais penosa que algum homem já havia sofrido sobre a Terra. E ainda completa dizendo que, “o Redentor chamava àquela hora de sua hora, porque o tempo da sua morte era o tempo desejado por ele: nela queria dar aos homens a última prova do seu amor, morrendo por eles numa cruz, consumado pelas dores”. (AFONSO MARIA DE LIGÓRIO, 2021, p.14-15).
Assim, ao longo desta semana, somos convidados a acompanhar Jesus em sua jornada em direção ao Calvário e retribuir ao seu amor divino por nós, tendo a oportunidade de através de nossas orações e práticas devocionais sermos um Simão Cireneu, uma Verônica, que, ao longo dessa trajetória do Filho de Deus, tanto ajudaram a aliviar o fardo dessa Cruz tão pesada.
Costuma-se afirmar que amor com amor se paga, mas com que amor se poderá pagar o tão sublime Amor de Deus por nós? Amemos este Redentor, que, sendo Deus, não hesitou em assumir o peso dos nossos pecados para redimir-nos, satisfazendo com seus sofrimentos os castigos que tínhamos merecido. E recordemos constantemente que Deus nos deu o maior sinal de seu amor deixando-se ver coberto de chagas, pregado à cruz e morto por nós.
João Gabriel de Souza Ferreira