A Pequena Via de Santa Teresinha: confiar e amar no cotidiano. Por Seminarista Frederico

Santa Teresinha do Menino Jesus, a “pequena flor de Lisieux”, nos deixou um caminho simples e luminoso de santidade: a Pequena Via. É o caminho da confiança absoluta em Deus e do amor vivido nas pequenas coisas do dia a dia.

Desde muito cedo, Teresinha percebeu sua fragilidade e seus limites. Admirava os santos que realizaram obras grandiosas e penitências severas, mas sentia que não poderia imitá-los da mesma forma. Em vez de se entristecer, descobriu um segredo: Deus não se deixa impressionar pelas aparências, mas olha para o coração. Não é a grandeza das ações que conta, mas a intensidade do amor com que são realizadas.

A Pequena Via é, antes de tudo, o caminho da humildade: reconhecer a própria pequenez diante de Deus e aceitar-se como criança nos braços do Pai. É também o caminho da confiança filial: acreditar que o Senhor cuida de nós em cada detalhe da vida, sem nunca nos abandonar. E, sobretudo, é o caminho do amor: transformar cada gesto, mesmo o mais escondido e insignificante, em uma oferta de amor a Deus e aos irmãos.

Assim, um sorriso oferecido quando se gostaria de reclamar, a paciência diante de uma contrariedade, a bondade com quem nos incomoda, o silêncio diante de uma injustiça, a oração feita mesmo no cansaço… tudo pode se tornar grande aos olhos de Deus. Para Santa Teresinha, cada instante é uma oportunidade de amar e cada pequena cruz é ocasião de oferecer-se como dom.

Ela mesma rezava: “Ó meu Deus, eu escolho tudo! Não quero ser santa pela metade… Quero encontrar um meio de ir para o Céu por um pequeno caminho, bem direto, bem curto: um caminho novo. É o caminho da confiança e do amor.”

Muitas vezes imaginamos que ser santo exige façanhas extraordinárias, mas Teresinha nos mostra que o segredo está em viver com intensidade o momento presente, entregando tudo a Deus. O que parece pequeno aos olhos humanos é imenso para o coração de Cristo, quando é feito por amor.

Esse caminho é profundamente atual! Num mundo marcado pela pressa, pelo individualismo e pela busca de grandeza exterior, Santa Teresinha nos recorda que o essencial é amar. Na família, na paróquia, no trabalho, nas pequenas alegrias e nas pequenas dores, cada um pode transformar sua vida em um caminho de santidade. A Pequena Via é a espiritualidade do cotidiano: simples, silenciosa e cheia de confiança.

Que possamos aprender, com Santa Teresinha, a viver essa via de amor e abandono. Que nossas fragilidades não nos desanimem, mas nos aproximem ainda mais de Deus, que se alegra em nossa pequenez. E que, no meio da simplicidade da vida diária, saibamos repetir como a santa de Lisieux: “No coração da Igreja, minha Mãe, serei o amor”.

No Coração de Jesus e Maria,

Frederico Coqueiro Dias

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