Vaticano, 13 Fev. 12 / 03:41 pm (ACI)
O Papa Bento XVI assinala em sua mensagem pela 49º Jornada Mundial de Oraçãopelas Vocações que se celebra no dia 29 de abril, que a família, comunidade devida e amor, pode ser o “primeiro seminário” para a vida consagrada a Deus e ao próximo.
Em sua mensagem para a Jornada, apresentada hoje e que leva por título: “As vocações, dom do amor de Deus”, o Papa explica que Deus é amor e “movido exclusivamente pelo seu amor incondicional, «criou-nos do nada» (cf. 2 Mac 7, 28) para nos conduzir à plena comunhão consigo”.
Bento XVI afirma logo que a dinâmica do amor de Deus, que permite amá-lo a Ele e aos irmãos, “pode encontrar uma expressiva e singular realização nas famílias cristãs, cujo amor é expressão do amor de Cristo, que Se entregou a Si mesmo pela sua Igreja“.
“Nas famílias, «comunidades de vida e de amor», as novas gerações podem fazer uma experiência maravilhosa do amor de oblação. De fato, as famílias são não apenas o lugar privilegiado da formação humana e cristã, mas podem constituir também «o primeiro e o melhor seminário da vocação à vida consagrada pelo Reino de Deus», fazendo descobrir, mesmo no âmbito da família, a beleza e a importância do sacerdócio e da vida consagrada”.
“Que os Pastores e todos os fiéis leigos colaborem entre si para que, na Igreja, se multipliquem estas «casas e escolas de comunhão» a exemplo da Sagrada Família de Nazaré, reflexo harmonioso na terra da vida da Santíssima Trindade“.
O Santo Padre recorda que toda pessoa amada Por Deus de maneira eterna e fiel, e descobrir essa realidade muda verdadeiramente a vida no mais fundo. “Em uma célebre página das Confissões, São Agustín expressa com grande intensidade seu descobrimento de Deus, soma beleza e amor, um Deus que tinha estado sempre perto dele, e ao que ao final lhe abriu a mente e o coração para ser transformado”.
“Trata-se de um amor sem reservas que nos precede, sustenta e chama ao longo do caminho da vida e que tem a sua raiz na gratuidade absoluta de Deus”, acrescenta.
O Papa sublinha depois que “cada vocação específica nasce da iniciativa de Deus, é dom do amor de Deus! É Ele que realiza o «primeiro passo», e não o faz por uma particular bondade que teria vislumbrado em nós, mas em virtude da presença do seu próprio amor «derramado nos nossos corações pelo Espírito Santo»”.
“O amor de Deus permanece para sempre; é fiel a si mesmo, à «promessa que jurou manter por mil gerações». Por isso é preciso anunciar de novo, especialmente às novas gerações, a beleza persuasiva deste amor divino, que precede e acompanha: este amor é a mola secreta, a causa que não falha, mesmo nas circunstâncias mais difíceis”.
O Santo Padre expressa ademais que “a medida alta da vida cristã consiste em amar «como» Deus; trata-se de um amor que, no dom total de si, se manifesta fiel e fecundo”.
O Papa explica deste modo que “o amor a Deus, do qual os presbíteros e os religiosos se tornam imagens visíveis – embora sempre imperfeitas –, é a causa da resposta à vocação de especial consagração ao Senhor através da ordenação presbiteral ou da profissão dos conselhos evangélicos”.
O amor ao próximo, assinala o Pontífice em sua mensagem, “sobretudo às pessoas mais necessitadas e atribuladas – é o impulso decisivo que faz do sacerdote e da pessoa consagrada um gerador de comunhão entre as pessoas e um semeador de esperança”.
Depois de ressaltar a importância entre os sacerdotes e as comunidades, o Papa anima os fiéis a estarem atentos aos sinais que podem ser observados em vistas à vocação consagrada dos jovens e indica que ” tarefa da pastoral vocacional oferecer os pontos de orientação para um percurso frutuoso”.
“Elemento central há de ser o amor à Palavra de Deus, cultivando uma familiaridade crescente com a Sagrada Escritura e uma oração pessoal e comunitária devota e constante, para ser capaz de escutar o chamamento divino no meio de tantas vozes que inundam a vida diária”.
“Mas o «centro vital» de todo o caminho vocacional seja, sobretudo, a Eucaristia: é aqui no sacrifício de Cristo, expressão perfeita de amor, que o amor de Deus nos toca; e é aqui que aprendemos incessantemente a viver a «medida alta» do amor de Deus”, recalcou o Santo Padre.
“E é aqui que aprendemos incessantemente a viver a «medida alta» do amor de Deus. Palavra, oração e Eucaristia constituem o tesouro precioso para se compreender a beleza duma vida totalmente gasta pelo Reino”, concluiu.