Por Card. Odilo P. Scherer, Arcebispo de São Paulo e Presidente do Regional Sul 1 da CNBB
A Jornada Mundial da Juventude de 2013, no Rio de Janeiro (JMJ Rio-2013), teve seu primeiro ato em São Paulo, neste domingo, dia 18 de setembro. Uma multidão de mais de 100 mil jovens acolheu com fé e bela festa a cruz peregrina da Jornada e o ícone de Nossa Senhora, que a acompanha.
Quem enviou a cruz ao foi o papa Bento XVI, que convocou os jovens do Brasil a prepararem bem a próxima JMJ; quem a entregou, em nome do Papa, foi seu representante no Brasil, o Núncio Apostólico, Dom Lorenzo Baldisseri.. O Presidente da CNBB, Cardeal Dom Raymundo Damasceno Assis, com Bispos e padres ligados à ação pastoral com a juventude estiveram no ato, com representações de jovens de vários Estados; a Igreja do Brasil inteiro sinalizou que estava acolhendo a JMJ Rio-2013 e começando um grande mutirão para a sua preparação.
E nós, aqui de São Paulo, tivemos a honra e a responsabilidade de preparar a festa e de acolher a todos; mas, especialmente, de abrir as portas e acolher o Cristo missionário, significado na cruz, e Nossa Senhora da Visitação, lembrada no belo ícone que a acompanha. Foi um dia marcante para São Paulo e para o Brasil; importante para a juventude, que respondeu ao apelo e mostrou sua alegre adesão. O evento contou com a colaboração de numerosos e esforçados agentes anônimos e de artistas famosos, das Autoridades públicas e de muitos voluntários, todos trabalhando com desapego e entusiasmo. Graças a Deus!
E já começou a peregrinação missionária da cruz; primeiro na metrópole paulistana; depois, pelo Estado de São Paulo e por todo o Brasil. Em muitos outros lugares vai se repetir o evento BOTEFÉ, conclamando a olhar para Jesus Cristo e seguir seu Evangelho; a por fé na Igreja e nas iniciativas da nova evangelização; na juventude e no seu desejo de encontrar e seguir a Cristo; BOTEFÉ convida a acreditar na proposta da JMJ Rio-2013, que deverá ter como objetivo e fruto um intenso tempo de evangelização da juventude e com a juventude. Esta é uma graça especial de Deus, que não pode ser desperdiçada!
De diocese em diocese, ao longo dos quase 2 anos, até chegar ao Rio de Janeiro, a onda despertada em São Paulo vai se transformar, certamente, numa tsunami benéfica até chegar no Rio de Janeiro, em 2013, envolvendo toda a juventude do Brasil.
Que a chegada da cruz e do ícone de Nossa Senhora seja acolhida, de fato, como a visita missionária do próprio Jesus, acompanhado de sua Mãe! Ele vem anunciando de novo o Evangelho, e Maria vai dizendo a todos: façam o que Jesus lhes disser! Jesus quer visitar nossas cidades e vilas, nossos bairros e favelas; ir ao encontro dos jovens das escolas, colégios e universidades; também quer confortar os doentes, ir ao encontro dos prisioneiros e dos que vivem acorrentados pelos vícios; quer entrar nas casas de pobres e ricos, de crentes e descrentes, para levar a todos a boa notícia da salvação e repetir o que disse um dia: “hoje a salvação entrou nesta casa! Eu vim buscar e salvar o que estava perdido!
A cruz de Cristo, porém, sempre nos lembra que ele venceu a morte, ressuscitou e está vivo no meio de nós; se as cruzes da humanidade continuam a pesar nos ombros de muitos, a cruz de Cristo é sinal de alerta, para que ninguém mais seja crucificado, a dignidade de cada pessoa seja respeitada, a justiça seja promovida, a verdade seja ouvida e o homem maltratado seja socorrido.
Ao mesmo tempo, passando pelas “vias dolorosas” de nossas cidades, Jesus Cristo ressuscitado as ilumina e dá sentido e esperança a todos os que ainda carregam a cruz da humanidade. O mal e a morte não têm a última palavra. Cristo triunfou sobre o mal e a morte e nos comunica sua vida nova, se o seguimos e aderimos ao seu Evangelho.
Publicado em O SÃO PAULO, de 20.09.2011