Na Semana da Família, promovida neste ano entre os dias 11 e 18 de agosto, nossa comunidade teve a oportunidade de refletir sobre a família, seus valores e desafios.
A CNBB trouxe como tema central de reflexão o tema: “E a Família como vai?”. Este também foi o Tema da CF de 1994. Naquela ocasião, os desafios eram outros. Hoje, 25 anos depois, a família está sujeita às influências que a realidade cultural, histórica e tecnológica determina.
Com o advento da internet existe um grande fluxo de informações, quantificação e crescimento maciço, o que leva à superficialidade, à perda do valor da experiência. Em uma sociedade com grande velocidade de mudança e rápidos avanços tecnológicos, muito do que se aprendeu com as experiências passadas perde o valor. Os pais já não detêm o poder e autoridade de “figuras do saber”.
A figura da mãe, em um passado não muito distante, era constantemente exaltada e, para muitos, a função mais nobre da mulher. Hoje já não é mais assim. A mulher ocupa atualmente, de modo irreversível, um lugar mais amplo na sociedade. Ela tem interesses e objetivos que, em alguns momentos, conflitam com a maternidade. A carreira profissional, a busca de independência econômica são alvos que fazem com que muitas mulheres adiem a maternidade ou a coloquem em segundo plano.
Estes são alguns dos desafios que nossas famílias enfrentam hoje. O Papa Francisco nos exorta que hoje não vivemos uma Época de Mudanças e sim uma Mudança de Época, o que é muito mais complexo.
Nos anos de 2014 e 2015, a igreja realizou o Sínodo sobre a família, do qual resultou a Exortação Apostólica Amoris Laetitia, Alegria do Amor.
Os frutos do Sínodo da Família, finalizado em 2015, levam a igreja não a mudar a sua doutrina, baseada nos valores do Evangelho, com relação a família, mas a uma discussão e reflexão mais alargada e principalmente à Escuta da família. O caminho sinodal permitiu analisar a situação das famílias no mundo atual, alargar a nossa perspectiva e reavivar a nossa consciência sobre a importância do matrimônio e da família. Ao mesmo tempo, a complexidade dos temas tratados mostrou-nos a necessidade de continuar a aprofundar, com liberdade, algumas questões doutrinais, morais, espirituais e pastorais, pois, a Verdade de Cristo que nos liberta já foi revelada, mas a sua compreensão total somente se dá pela ação do Espírito Santo que irá nos conduzir a esta completa compreensão.
Em cada cultura existe os seus valores, e o desafio e a missão da igreja é o processo de enculturação que respeita a cultura sem perder a essência dos valores do evangelho. Como diz Santo Agostinho, a Graça não destrói a natureza, mas a aperfeiçoa.
E o Caminho do Sínodo veio trazer a LUZ para todas essas realidades.
Resolver as crises da família com
uma regra geral é nivelar sem considerar caso a caso e assim é possível faltar
misericórdia, pois é necessário tempo e amor para se encontrar, à luz do
evangelho e do Espírito
Santo, caminhos para cada realidade familiar, como é o caso dos casais em 2ª
união.
Percebemos então que para a família ser feliz, diante de todas as realidades dores, sofrimentos e desafios, é preciso que a família esteja alicerçada sob os valores do Evangelho e estes devem estar no coração e ser praticados nas relações familiares: pais e filhos, esposas e esposos.
O modelo pelo qual as famílias estão sendo criadas hoje, ou seja, sem este alicerce, está ruindo, e isto nenhum de nós pode negar, seja, crente ou ateu. Basta ver a realidade das famílias: filhos sem estrutura, pais sem estrutura.
Qual é modelo de família que vocês pais querem que seus filhos edifiquem no dia de amanhã?