Da Redação, com Rádio Vaticano
A terça-feira, 26, foi um dia importante para a Cúria Romana que, além do dicastério vaticano para a Família – com novo presidente, teve outras nomeações.
Bento XVI chamou para novo arquivista e bibliotecário de Santa Romana Igreja o Arcebispo Jean-Louis Bruguès (francês), até então secretário da Congregação para a Educação Católica.
Além disso, o Papa nomeou como vice-presidente da Pontifícia Comissão Ecclesia Dei, o Arcebispo Joseph Augustine Di Noia, até então secretário da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos. Para essa última função, o Santo Padre nomeou Dom Arthur Roche, até então bispo de Leeds, na Inglaterra, elevado à dignidade de arcebispo.
Ademais, Bento XVI aceitou a renúncia – apresentada por limite de idade – do Arcebispo Piergiuseppe Vacchelli ao encargo de secretário adjunto da Congregação para a Evangelização dos Povos e de presidente das Pontifícias Obras Missionárias, chamando a sucedê-lo nos mesmos encargos o bispo de Kigoma, na Tanzânia, Dom Protase Rugambwa, elevando-o, ao mesmo tempo, à dignidade de arcebispo.
Por fim, o Santo Padre aceitou a renúncia – apresentada por limite de idade – do Bispo Gianfranco Girotti ao encargo de regente da Penitenciaria Apostólica, e chamou a substituí-lo Dom Krzysztof Józef Nykiel, até então oficial da Congregação para a Doutrina da Fé.
Dom Augustine Di Noia
Em particular, sobre a nomeação do novo vice-presidente da Pontifícia Comissão Ecclesia Dei, a Congregação para a Doutrina da Fé divulgou uma nota na qual afirma que a escolha de destinar a tal encargo uma personalidade de tão alto perfil constitui “sinal da solicitude pastoral do Santo Padre para com os tradicionalistas em comunhão com a Santa Sé” e, ao mesmo tempo, do “seu forte desejo de reconciliação com as comunidades tradicionalistas não-unidas à Sé de Pedro”.
A nota prossegue recordando que a Pontifícia Comissão Ecclesia Dei, conduzida pelo Cardeal William Joseph Levada, foi fundada em 1988 pelo Beato João Paulo II para facilitar a “plena comunhão eclesial dos sacerdotes, seminaristas, comunidades ou religiosos – singularmente considerados – até hoje de algum modo ligados à Fraternidade fundada por Dom Marcel Lefebvre”, e a fim de promover o cuidado pastoral para com os fiéis ligados à antiga tradição litúrgica latina da Igreja Católica.
Em 2009, a Pontifícia Comissão foi estruturalmente anexada à Congregação para a Doutrina da Fé para enfrentar as questões doutrinais no diálogo em andamento entre a Santa Sé e a Fraternidade Sacerdotal São Pio X.
“Como respeitado teólogo dominicano – lê-se ainda na nota da Congregação para a Doutrina da Fé –, o Arcebispo Di Noia dedicou muita atenção a esses temas doutrinais, bem como à prioridade da hermenêutica da continuidade e da reforma na justa interpretação do Concílio Vaticano II, uma área de importância crucial no diálogo entre a Santa Sé e a Fraternidade Sacerdotal.”
Tal diálogo, se precisa, “prosseguiu nos últimos três anos” sob a condução do Cardeal Levada, com a assistência do secretário da Pontifícia Comissão, Mons. Guido Pozzo.
Além disso, conclui a nota, “o amplo respeito de que goza o Arcebispo Di Noia na comunidade judaica ajudará a resolver alguns problemas surgidos em matéria de relações judaico-católicas, do mesmo modo como progrediu o caminho rumo à reconciliação das comunidades tradicionalistas”.