Na vida de cada um de nós, a mãe desempenha um papel determinante. Terá sido diferente com Jesus? É verdade que Ele fala mais vezes do Pai, que está nos céus, e mesmo nos escritos do Novo Testamento, Maria aparece raramente. No entanto, podemos perguntar com razão: Quem era a mulher que deu a vida, cuidou de Jesus e o acompanhou? Uma jovem da cidade de Nazaré, noiva de um carpinteiro chamado José. Provavelmente, não tinha mais de quatorze anos de idade, quando noivou, segundo os costumes da época. Uma jovem que estremece quando o anjo Gabriel vem a ela e lhe fala. Ela escuta a saudação e descobre que é “cheia de graça”. O anjo explica que Deus a escolheu. Ela não pronuncia cegamente o seu sim. Expõe as suas objeções: “Como acontecerá isso…?”. Depois aceita a sua vocação de dar à luz o Filho de Deus, embora permanecendo virgem, pois “para Deus nada é impossível”. Finalmente acrescenta: “Faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1,34.37-38).
A Igreja Católica crê e afirma que Maria é verdadeiramente Mãe de Deus, porque ela é a Mãe do Filho Eterno de Deus feito homem. Desde antes do nascimento de seu Filho, ela é chamada “Mãe do meu Senhor” (Lc 1,43). Maria não gerou ao Deus criador, mas gerou e deu à luz Jesus, que é homem e Deus. Homem por ter nascido da carne de Maria; Deus por ter a natureza divina. Por isso é realmente o Filho de Deus e, consequentemente, Maria pode ser chamada “Mãe de Deus”. Falando assim, afirmamos nossa fé na divindade de Jesus e confessamos que aquele que nasceu de Maria é um só ser, humano e divino, é o Filho de Deus que se fez homem.
O Concílio Vaticano II multiplica os seus ensinamentos sobre a posição privilegiada e única de Maria, em relação ao mistério de Cristo, quando afirma: “Pois a Virgem Maria, que na Anunciação do Anjo recebeu o Verbo de Deus no coração e no corpo e trouxe ao mundo a Vida, é reconhecida e honrada como verdadeira Mãe de Deus e do Redentor. Em vista dos méritos de seu Filho, foi redimida de um modo mais sublime e unida a Ele por um vínculo estreito e indissolúvel, é dotada com a missão sublime e a dignidade de ser Mãe do Filho de Deus, e por isso filha predileta do Pai e sacrário do Espírito Santo” (Lumen Gentium 141).
Portanto, a devoção a Maria, tão popular no mês de maio, possui maravilhosas virtudes. Uma delas, sem dúvida, é a virtude de iluminar a nossa atividade evangelizadora, como afirma o Papa Francisco: “…sempre que olhamos para Maria, voltamos a acreditar na força revolucionária da ternura e do afeto. N’Ela, vemos que a humildade e a ternura não são virtudes dos fracos, mas dos fortes, que não precisam maltratar os outros para se sentir importantes. Fixando-A, descobrimos que aquela que louvava a Deus porque ‘derrubou os poderosos de seus tronos’ e ‘aos ricos despediu de mãos vazias’ (Lc 1,52.53) é a mesma que assegura o aconchego de um lar à nossa busca de justiça” (Evangelii Gaudium 288).
Maria é Mãe de Deus e Mãe da Igreja. É toda Mãe, aquela que “coopera com amor de mãe” na ação do Espírito Santo nos corações dos fiéis (Lumen Gentium 153). Olhemos para Maria como filhos, muitas vezes, celebrando-a muito especialmente neste mês de maio.