O mês de julho começa com a solenidade do Sagrado Coração de Jesus, quando celebramos o amor de Jesus pelo Pai, que o enviou para se comunicar à humanidade e provar seu amor por todas as pessoas, mesmo àqueles que não o reconhecem como Pai e Criador. O coração simboliza o amor com que Jesus assume sua missão, em favor de todos Seus filhos e filhas, para que sejamos um, como Ele e o Pai são um, e nos amemos uns aos outros como Ele nos amou e como Jesus nos ensinou em sua mensagem salvadora. A maior prova do amor de Jesus por nós foi dar sua vida na cruz. O sangue e a água que jorraram de seu lado aberto representam os sacramentos do batismo, em que fomos lavados, e a Eucaristia, que alimenta a vida nova que foi derramada em nossos corações pelo Espírito Santo.
Jesus Cristo está no centro do mistério do mundo. Foi Ele, Palavra eterna do Pai, que o criou por amor. Sua morte na cruz está no centro do mistério de Jesus Cristo, e, no centro de sua morte, está seu amor, seu coração. A celebração desta festa projeta a essência do cristianismo.
O coração simboliza o centro vivo da pessoa, onde ressoam as energias, experiências e sentimentos; é considerado a fonte profunda do amor. Jesus é o homem perfeito e seu amor é o mais perfeito. Aprendemos dele a amar com dimensões completamente novas, elevadas a uma dimensão divina. Seu coração experimentou, como todos nós, sentimentos de alegria e admiração diante da beleza da natureza, da transparência das crianças, da pureza da juventude; experimentou sentimentos de misericórdia para com os pobres: pecadores, doentes, viúvas em pranto, multidão faminta; sentimentos de amizade para com os discípulos, Lázaro e suas irmãs, todos os que se aproximavam com fé; sentimentos de piedade por sua pátria, que o rejeita, pelos que não têm coragem de segui-lo pelo apego às coisas materiais e por Judas, que não se abriu ao seu amor; de indignação contra os que profanavam o casa do Pai; sentimentos de terror diante do mistério da morte.
Cristo experimentou a realidade radical do amor ao passar pela morte e ensinou que este é o caminho da doação total, “prova de amor maior não há que doar a vida pelo irmão”, ser portador da vida atravessando a morte através da renúncia a si mesmo, do despojamento, da perda e esquecimento de si. Ele passou por tudo isso e nos convida a fazer essa experiência; e isto já é obra do Espírito de Deus em nós, porque nosso egoísmo, naturalmente, não chega a alcançar este ideal proposto por Cristo.
Na festa do Sagrado Coração de Jesus, celebramos, também, o “Dia Mundial de Oração pela Santificação dos Sacerdotes” e somos convidados a rezar pelos nossos padres se seminaristas, chamados à vivência do amor concreto pelos irmãos e irmãos. Neste dia, os padres se reúnem e rezam por sua santificação e dedicação ao serviço do Reino de Deus. O Santo Padre, Bento XVI, pede-nos que rezemos para que os sacerdotes sejam verdadeiras testemunhas do amor de Deus.
As três Regiões Pastorais irão se reunir neste dia. Peço também que os padres rezem com suas comunidades nesta intenção.
Dom Osvaldo Giuntini – Bispo da Diocese de Marília