Atos dos Apóstolos – Parte II

Vocação: um chamado que transforma At 9,1-19

Abrindo os Atos dos Apóstolos:

Ninguém está totalmente fora do alcance dos apelos de Deus.  Perceberemos que desde aquele tempo, o mundo é quase que o mesmo. Comunidades sentem dificuldade em acreditar em conversões, pessoas tem dificuldade de amar ao próximo como a si mesmos. Nosso dever de Católico é tomar conhecimento disso e fazer que isso seja diferente em nossas vidas, em nossas comunidades, em nossos corações. Perdão é a palavra que te liberta hoje! Mágoa é o que te aprisiona sempre. Faça a sua escolha.

Paulo (nome romano) ou Saulo (nome hebraico)? Era freqüente, entre os judeus fora da Palestina, usar um nome hebraico e outro romano ou grego. Nos Atos aparece o nome Saulo até o capítulo 13, quando passa a ser usado Paulo. A troca de nome é quase um símbolo da passagem de Paulo apostolado junto aos judeus para o apostolado entre pagãos.

Tema: “Cristo, em Deus, sempre conosco”

At 9,10-19

“ 10Lá, em Damasco, havia um discípulo chamado Ananias. O Senhor, numa visão, lhe disse: Ananias! Eis-me aqui, Senhor, respondeu ele. 11O Senhor lhe ordenou: “Levanta-te e vai à rua Direita, e pergunta em casa de Judas por um homem de Tarso, chamado Saulo; ele está orando”. 12(Este via numa visão um homem, chamado Ananias, entrar e impor-lhe as mãos para recobrar a vista.) 13Ananias respondeu: Senhor, muitos já me falaram deste homem, quantos males fez aos teus fiéis em Jerusalém. (ele havia perseguido e fez mal ao povo que seguia Cristo)* 14E aqui ele (Saulo) tem poder dos príncipes dos sacerdotes para prender a todos aqueles que invocam o teu nome (nome de Jesus). 15Mas o Senhor lhe disse: Vai, porque este homem é para mim um instrumento escolhido, que levará o meu nome diante das nações, dos reis e dos filhos de Israel. 16Eu lhe mostrarei tudo o que terá que passar (sofrer) por causa do meu nome. 17Ananias foi. Entrou na casa e, impondo-lhe as mãos, disse: Saulo, meu irmão, o Senhor, esse Jesus que te apareceu no caminho, enviou-me para que recobres a visão e fiques cheio do Espírito Santo. 18No mesmo instante caíram dos olhos de Saulo umas escamas, e  ele recuperou a vista. Levantou-se e foi batizado. 19Depois tomou alimento (comeu) e sentiu-se fortalecido.”

Vamos refletir

O chamado de Deus aparece no meio de uma crise, onde a pessoa precisa tomar uma decisão que mudará sua vida. Foi assim com Moisés, que teve que deixar o pacífico trabalho de guardador de rebanhos do sogro para liderar a libertação dos Hebreus do Egito. Saulo / Paulo precisava abrir os olhos a um mundo novo, abrir os olhos e ver que não deveria perseguir aquilo que na verdade era o que buscava.

A conversão de Paulo trouxe um problema para a comunidade. Iriam aceitar como aliado, e até líder, o antigo inimigo? Como esquecer aquilo que fizeram com você? Aquela Comunidade precisava romper a desconfiança e dar crédito (acreditar) na conversão de Paulo. Em Deus era preciso confiar para que fosse possível transpor aquele problema.

De quais algemas você ainda hoje você precisar se soltar? Como costumamos avaliar as pessoas que já estiveram contra nós? Sabemos superar mágoas passadas e recomeçar?

Saulo (Paulo) também teve que aprender com aqueles que antes achava que estavam errados. A cegueira de três dias é o símbolo da crise que vai levá-lo a enxergar tudo de nova maneira, depois do encontro com a comunidade cristã, representadaem Ananias. Deque forma você tem que passar a enxergar as coisas em suas vidas?

A humildade não era um caminho fácil para quem tinha sido um respeitado fariseu, acostumado a exercer um poder autoritário. Mas a consciência de ter sido salvo por Deus, deu-lhe durante toda a vida, um respeito muito grande pelos chamados “fracos” e “pecadores”.

Paulo sabia que, para obter o perdão daqueles que perseguiu, teria que dar provas de sua mudança. Assim, ele saiu pelo mundo dando testemunho da transformação que Jesus fez em seu coração.

Você tem coragem de mudar de opinião quando as coisas te mostram que a tua maneira de ver não está correta? Como dar este primeiro passo? Devo temer em me desculpar / mostrar o contrário?  Por quê?

Leitura: Mt 7,21-27.

21Nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos céus, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus. 22Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não pregamos nós em vosso nome, e não

foi em vosso nome que expulsamos os demônios e fizemos muitos milagres?* 23E, no entanto, eu lhes direi: Nunca vos conheci. Retirai-vos de mim, operários maus!* 24Aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as põe em prática é semelhante a um homem prudente, que edificou sua casa sobre a rocha. 25Caiu a chuva, vieram as enchentes, sopraram os ventos e investiram contra aquela casa; ela, porém, não caiu, porque estava edificada na rocha. 26Mas aquele que ouve as minhas palavras e não as põe em prática é semelhante a um homem insensato, que construiu sua casa na areia. 27Caiu a chuva, vieram as enchentes, sopraram os ventos e investiram contra aquela casa; ela caiu e grande foi a sua ruína.

Para entender melhor

.      Não é a eloquência dos discursos ou a aparência das obras que contam para Jesus. Mesmo práticas religiosas notáveis (orações e até milagres) não valem por si, sem uma adesão sincera e humilde do coração à vontade de Deus e aos apelos da caridade. Tais “operários maus” são rejeitados por Jesus com uma dureza que ele nunca usou com grandes pecadores humildes e arrependidos. Mentir, usando disfarce religioso, é muito grave.

.       Para Jesus, só ouve de fato a Palavra quem a põe em prática com sinceridade e firmeza. Essa sinceridade é que vai fazer com que a Palavra nos sustente nas dificuldades e nos mantenha no bom caminho da salvação. Essa casa construída sobre as rocha pode até não ser imponente, pode não chamar tanta a atenção, mas é espaço onde as pessoas se sentem seguras porque tudo é verdadeiro sincero.

.       O exibicionismo religioso, porém, é um dos muitos tipos de casa construída sobre terreno inseguro, movediço. Faz estardalhaço, mas não sustenta nem a comunidade nem a pessoa que o pratica. Mais cedo ou mais tarde desaba e, o que é pior, muitas vezes leva junto partes inocentes da comunidade, desmoralizadas pelo clima de falsidade.

Para meditar

Como cada um de nós pode ajudar a construir um clima  de sinceridade e confiança na comunidade,  na família,  nos ambientes de trabalho e vizinhança?

A fama dos apóstolos se espalhou e muita gente os procurava, movidas por necessidades diversas. Vamos ler o relato de uma dessas buscas, percebendo a resposta inspirada que Pedro deu a um necessitado: “NÃO TENHO OURO NEM PRATA, MAS O QUE TENHO TE DOU”.

Ler : At 3, 1-6

A: Pedro  e os outros apóstolos serviam a comunidade com o que podiam fazer de melhor: ensinavam, união os cristãos, coordenavam, realizavam sinais em nome de Jesus, escolhiam outros colaboradores, resolviam questões mais graves… Mas não eram os únicos a colaborar para o bem comum: cada um tinha uma contribuição a dar. Vamos ouvir agora um relato onde vemos Pedro fazendo o que lhe cabe para ajudar a comunidade a Ter de volta uma outra pessoa que também era muito útil e querida.

Ler em voz alta: At 9, 36-43.

.   os gestos que evidenciam o afeto que a comunidade dedicava a Tabita;

.     o valor de Tabita: rica em boas obras e esmolas;

.     a profissão de Tabita:

.     a disponibilidade de Pedro ao ser chamado:

.     o sinal feito, recuperando uma vida:

Vamos refletir

O texto que lemos nos mostra aquela solidariedade doméstica, tão própria das mulheres. As mulheres viúvas, como aquelas que choravam a morte de Tabita, eram muito desamparadas naquela sociedade. Não havia Previdência Social, aposentadoria e outras formas de garantir a sobrevivência de idosos, ou de mulheres que não tivessem um marido ou um pai. A costureira Dorcas fazia roupas para essas mulheres, as acolhia e era por elas acolhidaem amizade. A Igrejaprimitiva contava muito com as mulheres e o livro dos Atos nos mostra situações onde elas eram atuantes.

Dorcas (ou Tabita) não era teóloga, nem sacerdotisa, nem doutora: era costureira. Servia aos pobres e à comunidade também com esse talento profissional. A profissão de cada um(a) é um terreno onde se desenvolvem dons. Esses dons servem, é claro, para garantir a sobrevivência da própria pessoa, mas são também maneiras qualificadas de se prestar serviço voluntário na Igreja, na  vizinhança, nas instituições comunitárias. Este ano de 2001 é Ano internacional do voluntário, criado para destacar a importância de se por a disposição da comunidade aquilo que cada um sabe fazer  de melhor. Todo serviço profissional honesto e útil à comunidade é um Dom precioso.

Pedro realiza um sinal que diz muito sobre a mensagem de Jesus e a tarefa dos cristãos: isso eu não sou capaz de fazer, foi um sinal extraordinário que Deus permitiu para dar forças à igreja que nascia…Sem Ter a presunção de realizar milagres, todos nós podemos ser  agentes de recuperação de vidas. Há pessoas necessitadas se redescobrir a alegria de viver, há vidas impedidas de crescer, talentos sem condição de se desenvolver. É nossa função de discípulos (as) de Cristo fazer ressuscitar esperanças mortas, estimular talentos enterrados, trazer à vida social os excluídos.

Que fazer?

.     ver que tarefas ou pessoas precisam ser “ressuscitadas” na comunidade;

.          durante as semanas prestar mais atenção nos dons diferentes do pessoal lá de casa ou dos companheiros de trabalho;

.          assumir consigo mesmo o compromisso de desenvolver melhor algum talento pessoal.

Para aprofundar

Outras  palavras dos primeiros cristãos

Em várias ocasiões Paulo fala às comunidades sobre a diversidade de dons que deve ser vivida em comunhão fraterna. Todos são necessários e todos devem ser valorizados como contribuições preciosas para o bom funcionamento do conjunto. O ponto de união é Cristo. Nossa comunhão com ele tem como conseqüência a comunhão de todos na Igreja.

Ler: Rm 12, 3-8.

Vamos entender melhor

.           Pessoas que “fazem de si próprias uma opinião maior do que convém” são um problema em qualquer comunidade, tenham a função que tiverem. A vaidade impede a verdadeira comunhão. Aí, por mais valiosa que seja a contribuição que a pessoa tem a dar, o trabalho, mesmo bem feito, acaba sendo um peso que cria mal estar e mata outros talentos que poderiam se desenvolver para o bem de todos.

.           “Formamos um só corpo em Cristo” – diz o apóstolo. A fidelidade a Jesus deve nos unir e ser o ponto de encontro dos diferentes talentos, tarefas, ministérios. É por Ele que estamos juntos como igreja. Trabalhamos pelo Reino que Ele anunciou, não para fazer propaganda de nossas qualidades pessoais.

.           Paulo cita várias funções exercidas na comunidade: profecia, ministérios, ensino, animação, distribuição de esmolas, presidência de celebrações, prática da misericórdia. Não põe nenhuma em especial destaque, mas diz que cada uma delas deve ser exercida com caridade, para o bem de todos.

.           Paulo diz, ainda, que os dons de cada um – diferente, importantes, necessários – não são motivo para engrandecimento pessoal: são frutos da graça conferida por Deus. Sem termos feito por merecer, os recebemos gratuitamente ( sejam eles dons inatos ou dons que tivemos condições de desenvolver pela vida afora). O que de graça recebemos com simplicidade devemos partilhar.

Leitura: Mt 7,21-27.

21Nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos céus, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus. 22Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não pregamos nós em vosso nome, e não

foi em vosso nome que expulsamos os demônios e fizemos muitos milagres?* 23E, no entanto, eu lhes direi: Nunca vos conheci. Retirai-vos de mim, operários maus!* 24Aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as põe em prática é semelhante a um homem prudente, que edificou sua casa sobre a rocha. 25Caiu a chuva, vieram as enchentes, sopraram os ventos e investiram contra aquela casa; ela, porém, não caiu, porque estava edificada na rocha. 26Mas aquele que ouve as minhas palavras e não as põe em prática é semelhante a um homem insensato, que construiu sua casa na areia. 27Caiu a chuva, vieram as enchentes, sopraram os ventos e investiram contra aquela casa; ela caiu e grande foi a sua ruína.

Para entender melhor

.      Não é a eloquência dos discursos ou a aparência das obras que contam para Jesus. Mesmo práticas religiosas notáveis (orações e até milagres) não valem por si, sem uma adesão sincera e humilde do coração à vontade de Deus e aos apelos da caridade. Tais “operários maus” são rejeitados por Jesus com uma dureza que ele nunca usou com grandes pecadores humildes e arrependidos. Mentir, usando disfarce religioso, é muito grave.

.       Para Jesus, só ouve de fato a Palavra quem a põe em prática com sinceridade e firmeza. Essa sinceridade é que vai fazer com que a Palavra nos sustente nas dificuldades e nos mantenha no bom caminho da salvação. Essa casa construída sobre as rocha pode até não ser imponente, pode não chamar tanta a atenção, mas é espaço onde as pessoas se sentem seguras porque tudo é verdadeiro sincero.

.       O exibicionismo religioso, porém, é um dos muitos tipos de casa construída sobre terreno inseguro, movediço. Faz estardalhaço, mas não sustenta nem a comunidade nem a pessoa que o pratica. Mais cedo ou mais tarde desaba e, o que é pior, muitas vezes leva junto partes inocentes da comunidade, desmoralizadas pelo clima de falsidade.

Para meditar

Como cada um de nós pode ajudar a construir um clima  de sinceridade e confiança na comunidade,  na família,  nos ambientes de trabalho e vizinhança?

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