Morre, aos 91 anos, Cardeal Dom Eugênio Sales

O cardeal e Arcebispo Emérito do Rio de Janeiro Dom Eugenio de Araújo Sales, morreu na noite desta segunda-feira, às 23h30, de causas naturais. O cardeal brasileiro, amigo pessoal e íntimo do Papa João Paulo II,  tinha 91 anos, será velado a partir da manhã de terça-feira na Catedral Metropolitana.

Biografia

Dom Eugênio de Araújo Sales fez seus primeiros estudos em Natal, no Rio Grande do Norte, e ingressou, em 1931, no Seminário Menor. Estudou Filosofia e Teologia no Seminário da Prainha, em Fortaleza. Dom Eugênio foi ordenado sacerdote no dia 21 de novembro de 1943.

Em 1954, aos 33 anos, foi nomeado bispo auxiliar de Natal pelo papa Pio 12. Em 1962 foi designado administrador apostólico da Arquidiocese de Natal, função que exerceu até 1965.
Em 1964, tornou-se administrador apostólico da Arquidiocese de Salvador e, quatro anos depois, arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, pelo papa Paulo 6º.

Quando era arcebispo de Salvador, foi um dos criadores das CEBs (Comunidades Eclesiais de Base) e da Campanha da Fraternidade. Enquanto esteve à frente do Arcebispado do Rio, ordenou 169 sacerdotes, um número recorde, frente às outras Arquidioceses e dioceses brasileiras.

Foi um dos primeiros bispos brasileiros a implantar o Diaconato Permanente, ministério clerical que pode ser concedido a homens casados, segundo a restauração do Concílio Vaticano II. Foi membro de onze congregações no Vaticano.

Sua vida apostólica foi marcada pela defesa da ortodoxia católica. Combateu com firmeza a esquerda católica, a Teologia da Libertação e o engajamento político das Comunidades Eclesiais de Base.
Assumiu a defesa de refugiados políticos dos regimes militares latino-americanos entre 1976 e 1982. Montou uma rede de apoio a estes refugiados juntamente com a Cáritas brasileira e o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, que consistia em abrigá-los, inicialmente na Sede Episcopal (Palácio São Joaquim) e posteriormente em apartamentos alugados para tal finalidade. Também recusou-se a celebrar missa pelo aniversário do Ato Institucional Número Cinco, pedida pelo General Abdon Sena, de Salvador.
Foi um dos brasileiros que mais ocupou cargos no Vaticano: foram 11 cargos nas congregações, conselhos e comissões.
Sua ação social abrangeu a criação de centros de atendimento a portadores de AIDS, a pastoral carcerária, um núcleo de formação de líderes na residência do Sumaré.
Sua renúncia foi solicitada em 1997, quando já completara 75 anos. Mas por indulto especial do Papa João Paulo II, seu amigo pessoal, foi autorizado a permanecer à frente da arquidiocese até completar 80 anos. Sua aposentadoria foi finalmente aceita no dia 25 de julho de 2001, quando Dom Eusébio Oscar Scheid, então Arcebispo de Florianópolis, foi nomeado o seu sucessor. Dom Eugênio permaneceu de 25 de julho até 22 de setembro de 2001 como administrador apostólico do Rio, nomeado por João Paulo II.
Em 22 de setembro, na presença de grande número de bispos e sacerdotes, entregou o governo da arquidiocese, através da passagem do báculo (cajado simbólico do pastoreio do povo de Deus, utilizado pelos bispos) a Dom Eusébio, até então não revestido da dignidade cardinalícia, que só viria a obter em 2003. Ainda permaneceu residindo no Rio de Janeiro, no Palácio Apostólico do Sumaré, e permaneceu em funções no Vaticano. Possuiu os títulos de Cardeal Protopresbítero (o mais antigo em idade e/ou nomeação entre os Cardeais Presbíteros) e Arcebispo Emérito (aposentado) da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro.

Fonte: Wikipedia

Pascom

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