Cidade do Vaticano (Quarta-feira, 19-06-2012, Gaudium Press) De 7 a 28 de outubro de 2012 acontecerá no Vaticano a XIII Assembleia Geral Ordinaria do Sinodo dos Bispos sobre o tema “A nova evangelização para a transmissão da fé cristã”. Hoje de manhã na Sala de Imprensa vaticana foi apresentado o segundo passo na preparação – O Instrumentum laboris, o fruto das respostas aos Lineamenta, enviadas pelos 13 Sínodos dos Bispos das Igrejas Orientais Católicas sui iuris, das 114 Conferências Episcopais, pelos 26 Dicastérios da Cúria Romana e pela União dos Superiores Gerais.
O documento contém um prefácio, quatro capítulos, precedidos por uma introdução e termina com uma conclusão. Na conferência para a imprensa, o Secretário-geral do Sínodo dos Bispos, Dom Nikola Eterovic, salientou a necessidade “de novos instrumentos e de novas expressões para tornar compreensível a palavra de Deus nos ambientes de vida do homem contemporâneo” que é também um dos motivos do próximo Sínodo.
Dom Nikola Eterovic, Secretário-geral do Sínodo dos Bispos |
“O evento sinodal – observou o secretário geral – deveria representar uma ocasião de confronto e compartilhamento, seja da análise, seja de exemplos de ação a serem compartilhados com o objetivo de encorajar os Pastores e as Igrejas particulares”.
O tema da nova evangelização tem como objetivo reafirmar à Igreja que a evangelização “não é uma escolha” ou “um dever”, mas que “ela existe para evangelizar”. Por isso, mesmo nos tempos de hoje deve anunciar com uma nova força o anúncio sobre a Boa Nova, confrontando-a com algumas situações sociais novas.
As respostas enviadas pelos episcopados são uma contribuição na preparação e reflexão para o Sínodo sobre os “diversos cenários: cultural (caracterizado pela secularização), migratório, econômico, político, da pesquisa científica e tecnológica”.
Dom Eterovic reafirmou o elemento essencial da nova evangelização. Ela requer “uma renovação da pastoral ordinária nas Igrejas particulares”, ou seja, “uma nova sensibilidade” e “uma certa criatividade e audácia evangélica, em relação às pessoas que se afastaram da Igreja”. No “centro de irradiação missionária e de testemunho da experiência cristã” deveriam existir as paróquias respondendo às “necessidades espirituais e materiais” das pessoas.
O Instrumentum laboris” sugere a necessidade de potencializar a vida cotidiana das paróquias e dioceses a nível local.
O documento recorda o chamado comum a todos os fiéis à evangelização e à santidade, “em particular, os membros de vida consagrada e contemplativa, dos grupos e movimentos”. A Igreja precisa “aumentar a qualidade do testemunho dos homens de Igreja” e colocar no centro a questão da vocação.
“O segredo da nova evangelização, assim como o sinal de sua eficácia, é a resposta ao chamado à santidade de todo cristão, continuou Dom Eterovic.
O Instrumentum laboris conclui recordando a importância do Espírito Santo para a nova evangelização porque a primeira evangelização teve início no dia de Pentecostes.
Dom Fortunato Frezza, subsecretário do Sínodo dos Bispos, observou a não singularidade do Sínodo sobre a nova evangelização, que coincide e é ligada à abertura do Ano da Fé. “Porta da fé”, assim como nome do Motu proprio, ressalta que a fé é meio e fim.
“A comunhão com Deus e a Palavra de Deus são os indicadores desta dupla acepção: a fé introduz na comunhão com Deus, a Palavra de Deus introduz na fé”. Por isso a reflexão sinodal será o ponto de partida sobre o tema da fé.
“Temos que usar – observou – em modo razoável os métodos modernos de nos fazer escutar – ou melhor, de tornar acessível e compreensível a voz do Senhor. Não buscamos escuta para nós – não queremos aumentar o poder e a extensão das nossas instituições, mas queremos servir para o bem das pessoas e da humanidade dando espaço Àquele que é a Vida”. (AA/JS)