Aparecida, escola de humildade e caminho de salvação. Por seminarista João Gabriel

Dentre tantas festividades presentes no mês de outubro, Santa Teresinha do Menino Jesus, Santos Anjos da Guarda, São Francisco de Assis, São Benedito, Santa Teresa d’Ávila, Santa Edwiges, Santa Margarida Maria Alacoque, São Lucas Evangelista; o mês de outubro também é dedicado à Padroeira do Brasil, Nossa Senhora da Conceição Aparecida.

No século XIV, em Portugal, o Rei Dom João IV num gesto de piedade e devoção consagrou Portugal a Nossa Senhora da Conceição, em virtude da defesa do dogma da Imaculada Conceição. Consequentemente, o Rei João IV faz o voto de que, a partir dele, nenhum outro rei usará a coroa que não seja Nossa Senhora da Conceição e assim doa sua coroa à Santíssima Virgem.

Contudo, essa devoção chega ao Brasil somente no século XVIII, quando João Alves, Felipe Pedroso e Domingos Garcia pescando no Rio Paraíba do Sul encontram a imagem de Nossa Senhora Aparecida. Uma imagem sem valor artístico nenhum, mas com inúmeros significados.

A imagem de Nossa Senhora Aparecida é feita de um barro próprio daquela região de São Paulo. E o fato de estar quebrada em duas partes mostra não somente que aquela imagem era de alguém que deixou-a quebrar e jogou-a no fundo do rio, como também representa a fragilidade do homem. Sua coroa representa a realeza, o Brasil a partir daquele momento tinha uma Rainha. Portugal tinha por Rainha a Senhora de Fátima, o México a Senhora de Guadalupe, a França a Senhora de Lourdes e agora o Brasil, a Senhora de Aparecida.

Mas diante de tudo isso, qual a mensagem de Aparecida? Por que Deus se utiliza dessa imagem sem valor artístico algum, feita de barro e quebrada? Olhando para a imagem de Nossa Senhora Aparecida notamos que o Senhor deseja elevar-nos à glória dos céus assim como fez com Maria. Ela nos leva a Cristo, como afirma com precisão o Concílio Vaticano II: “A função maternal de Maria, em relação aos homens, de modo algum ofusca ou diminuiu esta única mediação de Cristo; antes, manifesta sua eficácia. E de nenhum modo impede o contato imediato dos fiéis com Cristo, antes o favorece”.

Aparecida é feita de barro como nós. Ela é a arma que irá ajudar a cada homem a vencer o dragão do pecado. É reconhecendo nossas fragilidades, reconhecendo que somos feitos de barro, de um barro quebrado é que seremos capazes de vencer o dragão por intermédio de Maria. O barro da fragilidade da criatura e quebrado pelo pecado foi pescado pela providência divina.

Sendo assim, Deus mostra que aquela imagem de Aparecida sempre esteve nos seus desígnios, e ela representa o que Deus quer fazer com cada um de nós: retirar-nos do fundo rio, do lodo do pecado para elevar-nos a glória dos Céus. Aparecida é a escola da humildade. A escola que mostra com todas as letras e gestos que aquele que deseja ser grande, deve ser aquele que serve (cf. Mt 20,26).

Louvemos a Senhora Aparecida, por inúmeras bençãos e graças derramadas sobre nós e nosso país. E peçamos também que ela continue nos auxiliando nesse caminho rumo ao Céu e faça de nós verdadeiros e humildes servos do Senhor.

“Por tantas e tantas graças bem mereces a coroa com que a fronte te cingimos, ó Mãe tão boa”. Nossa Senhora da Conceição Aparecida, rogai por nós!

João Gabriel de Souza Ferreira.

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