Neste mês somos convidados a rezar de modo particular pelos cristãos perseguidos em todo o mundo. Desde os primórdios do cristianismo homens e mulheres testemunharam sua fé até as últimas consequências, pagando com a própria vida.
Essa coragem para enfrentar o martírio provém de uma união íntima com Cristo. Como enfatizado pelo Papa Bento XVI, o martírio é uma resposta ao chamado de Deus, um ato de amor que se manifesta na entrega total da vida em favor de Cristo e da Igreja. Os mártires, ao se entregarem, tornam-se “pessoas extremamente livres”, que, em um ato definitivo, confiam suas vidas ao Criador e Redentor, associando-se ao sacrifício de Cristo na cruz. Essa entrega é um reflexo do amor que Cristo demonstrou ao dar sua vida pela humanidade, e os mártires seguem esse exemplo, aceitando a própria cruz como parte de sua vocação cristã. Como por exemplo: Santa Inês, Santa Luzia, São Tarcísio e muitos outros. Ainda hoje muitos cristãos pagam com a própria vida o fato de crerem em Jesus.
E nós seremos mártires? Muito provável que não em seu sentido estrito, mas embora o martírio em si não seja uma vocação para todos, a disposição para testemunhar a fé, mesmo em face de dificuldades, é um chamado universal para todos os cristãos. A Igreja ensina que todos são convidados a crescer em amor e a transformar suas vidas, o que pode incluir o enfrentamento de sacrifícios diários em nome da fé. A disposição para o martírio, portanto, é uma extensão da vida cristã, onde cada ato de amor e fidelidade a Deus pode ser visto como uma preparação para um testemunho maior.
Precisamos educar o nosso coração para essa disposição de ir até as últimas consequências pela nossa fé, e isso pode e deve ser feito em nossa vida diária, suportando com paciência as dificuldades da vida, as cruzes que o Senhor nos dá. Pois “todos os santos foram mártires ou pela espada ou pela paciência” – diz São Gregório Magno – e nós queremos ser santos, não é?
A disposição para o martírio é um testemunho poderoso da fé cristã, enraizada na união com Cristo e na busca pela verdade. É um chamado à liberdade, à dignidade e ao amor, que continua a ressoar através dos séculos, inspirando todos a viverem com coragem e fé. Vivamos assim!
No Coração de Jesus e Maria,
Frederico Coqueiro Dias